Indaiatuba, inicialmente denominada Votura (à beira do rio Votura), era ponto de passagem de tropas constituídas no século XVIII. Em nove de dezembro de 1830, Indaiatuba tornou-se, por decreto do Imperador, sede de uma das Freguesias da Vila de Itu, ganhando autonomia política em relação a Itu e recebendo a denominação de Freguesia de Indaiatuba. Na época contava com uma população de 2026 habitantes, dos quais 142 moravam no centro da cidade.
Imigrantes suíços, alemães e italianos
Entre 1870 e 1880, uma grande leva de imigrantes europeus, como suíços, alemães e italianos veio para a região, aumentando consideravelmente a população local. A maior parte dos imigrantes morava nas regiões rurais, plantando em pequenas escalas com dificuldades em transporte e comércio. À exceção das grandes fazendas de cultivo de café, não se observava grande desenvolvimento.
O aumento populacional e o crescimento paralelo da economia resultaram na aprovação, pela Assembléia Provincial, da Lei nº 12, de 24 de março de 1859, quando o povoado de Indaiatuba foi elevado a categoria de Vila, adquirindo autonomia política. Em 19 de dezembro de 1906, pelo Decreto Estadual nº 1038, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. Com área de 297 km² e população de cerca de 120 mil habitantes (censo de 1994), a cidade de Indaiatuba, dista 99 km de São Paulo, 22 km de Campinas e 24 km de Itu.
Crescimento
A partir de 1940, observou-se crescimento significativo da cidade logo após a corrente migratória de japoneses. Nessa época a população era de 10 mil habitantes e em 1960 praticamente dobrou, passando a 20 mil habitantes. O aumento deveu-se ao número cada vez maior de trabalhadores nas plantações de algodão e tomate.
Em 31 de dezembro de 1963, foi criada a Comarca de Indaiatuba (Lei nº 8050), que foi desmembrada de Itu. Com o final do Império, a cidade passou a contar com centro religioso, no Largo da Matriz (em 1830), um centro civil onde se instalaram a Câmara, a Prefeitura e a Cadeia (em 1963), funcionando de fato como uma cidade.
Em 1960, a produção de tomate passa a ser transportada e comercializada utilizando-se de caminhões no lugar das ferrovias. Em 1962, a Rodovia SP-75 (que liga a cidade de Campinas à Sorocaba), foi pavimentada, facilitando o transporte de cargas ao mercado de São Paulo. O mercado de São Paulo era o pólo de comercialização da produção de tomate de Indaiatuba.
Exportação de tomates
Nessa época, era comum ouvir de Miyoji Takahara, presidente da associação, de que “Indaiatuba é a Califórnia da América do Sul”, onde a comunidade japonesa liderava de modo geral na agricultura. A partir de 1963, o tomate de Indaiatuba passou a ser comercializado para a cidade de Curitiba (Paraná). Em 1966, uma delegação foi enviada para observar o cultivo de tomate da Argentina, que era considerado o mais desenvolvido em técnica de produção, fazendo com que Indaiatuba se tornasse um pólo produtor de tomate no Brasil. A idéia era formar uma base para exportação de tomates pela comunidade japonesa, onde tanto a Cooperativa Agrícola como os integrantes da Colônia Japonesa estavam empenhados e com altas expectativas de sucesso.
Porém, na década de 70, o alto incentivo do governo federal na implantação de fábricas e indústrias repercutiu de modo considerável em Indaiatuba, que era uma cidade praticamente rural, passando para o crescimento urbano. Foram instaladas indústrias de pequeno porte, como indústrias de alimentos, indústrias têxteis, etc. necessitando cada vez mais de mão-de-obra, aumentando consideravelmente a população urbana. Indústrias nipônicas também se instalaram em Indaiatuba, destacando-se a Yanmar do Brasil (fábrica construída em 1958) e a Toyota do Brasil (1996). A Yanmar do Brasil registrou rápido crescimento e desenvolvimento, de modo que pôde contribuir imensamente nas atividades da Colônia Japonesa, auxiliando de modo significativo nos eventos patrocinados pelo município.
Centro urbano
Com a crescente industrialização, os sítios próximos à cidade foram se tornando locais de construção para indústrias, ampliando cada vez mais o perímetro urbano, e, por conseguinte comprimindo as plantações de verduras. Deste modo, o que se via 60 anos atrás — um grande contingente da comunidade japonesa concentrada na agricultura — foi alternando para diversas outras áreas. No último levantamento de dados, apenas 5% continuam na agricultura e 19% no comércio e indústria. A maioria passou a morar no centro urbano, onde 94% da comunidade vivem, e essa transformação influiu consideravelmente também nas atividades e eventos da Associação Japonesa.
A Associação, que não dispunha de nenhum bem inicial, passados 60 anos, conta com sede social e um centro esportivo. Hoje contando com uma organização institucional e instalação de atividades culturais e esportivas, está sendo amplamente utilizada como um espaço de integração no município, desempenhando de modo exemplar o papel de anfitrião na divulgação da cultura japonesa.