No período que antecedia a Segunda Guerra Mundial, era geral o pensamento, entre os japoneses, de que trabalhariam no Brasil durante dez anos, acumulando riquezas, e retornariam de modo magistral à sua terra natal. Porém, ao término da guerra, esse sonho foi quebrado, fazendo com que muitos desistissem de voltar à sua terra natal e permanecessem em definitivo no Brasil. Para tanto teriam que adaptar-se aos costumes daqui. Reviram o modo de viver, que consistia em arrendar um pedaço de terra e depois de um tempo mudar para outro lugar, levando uma vida de pouca estabilidade.
Terras próprias
Diante disso, passaram a adquirir suas próprias terras, reforçando a idéia de se estabelecerem num local , e viram a necessidade urgente de educar seus filhos neste país. Antes da Segunda Guerra Mundial foram criadas muitas escolas de língua japonesa. Porém, após um decreto do governo brasileiro datado de 25 de dezembro de 1938, todas as escolas de línguas estrangeiras foram obrigadas a fechar.
Somente ao término da Segunda Guerra, com a revisão do decreto, ocorrida em 18 de setembro de 1946, é que foi permitida a abertura das escolas de língua estrangeira e a formação de associações de comunidades estrangeiras. Assim, foi nesse período que os japoneses de cada região se organizaram para a formação de associações japonesas e abertura das escolas de língua japonesa nos locais em que estavam estabelecidos.
Devido ao reduzido número de japoneses instalados em Indaiatuba, não era possível a formação de uma associação. Foi criado, porém, um grupo de reunião de confraternização, onde cada família auxiliava a outra para a sobrevivência.
Escola
Após a guerra, muitas famílias de cidades distantes vieram para Indaiatuba. O grupo de japoneses que aqui se estabeleceu viu a necessidade de construir uma escola de língua japonesa, promover atividades para jovens e crianças, estabelecer intercâmbios esportivos, trazer técnicos e professores para orientação das crianças.
Foi então que em 7 de setembro de 1947, sob a liderança de Teruo Imanishi, os japoneses daqui se reuniram para fundar o NIHONJINKAI, com a denominação Associação de Japoneses da Região Ituana.
A primeira diretoria era composta por cinco membros:
Conselheiros: Nakaji Gomassako e Etsutaro Tumoto
Presidente: Teruo Imanishi
Vice-presidente: Koichi Takahashi
Tesoureiro: Yassube Yoshioka
A sede foi construída na Colônia Bicudo (Fazenda Pau Preto), onde a maioria dos japoneses estava estabelecida. No início era apenas uma comunidade de confraternização onde se reuniam esporadicamente. Aos poucos, com a vinda dos japoneses Masuzo Guiboshi, Yoshinobu Hayashi, Rikio Hirakawa, Kotaro Kofuji, Tadaharu Shimomuro, Kyosuke Hayashida, Masanao Suetake e Kiiti Minamioka, cresceu o número de membros da comunidade. Intensificaram-se as atividades esportivas e foi criada uma escola de língua japonesa para os filhos desses imigrantes. Em meio a esse ambiente, em janeiro de 1952, deliberada numa assembléia composta por 32 pessoas, o NIHONJINKAI passou a se chamar “Associação de Japoneses de Indaiatuba”, transferindo a sede para o centro da cidade.
Na cidade
Inicialmente era uma reunião de agricultores que se encontravam espalhados pela linha ituana, mas aos poucos surgiram pessoas que passaram a morar na cidade. Em 1948, Teruo Imanishi e Kiyoji Imanishi, pai e filho respectivamente, abriram a firma transportadora “Expresso Rodoviário Indaiatubano” o que provocou novos estímulos. Assim os japoneses Nakaji Gomassako e Uichi Miyake mudaram-se para a cidade, abrindo seus respectivos comércios, ampliando desta forma o número de japoneses que passaram a ser vistos na cidade, além da família de Miyoji Takahara.
Os agricultores japoneses também passaram a ser vistos não só apenas nas proximidades da linha férrea Ituana, como também nas proximidades do centro da cidade, principalmente perto de Pau Preto, onde cerca de dez famílias residiam. Eles necessitavam de um local onde pudessem promover atividades e estudos de seus filhos. Desta forma, em 1953, após levantar fundos, construíram um prédio (de 6mx12m) na Colônia Bicudo, o qual denominaram “Sede da Associação de Jovens de Indaiatuba” (SEINENKAIKAN DE INDAIATUBA), onde promoviam encontros e atividades que envolviam apresentações artísticas.